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domingo, 15 de janeiro de 2012

O ÚLTIMO BBB

Trinta cearenses, três cariocas, dois paulistas e três cachorros confinados, durante uma semana, em uma casa na praia, de um condomínio fechado, em Cumbuco, litoral oeste do Ceará, a 65 quilômetros de Fortaleza. 


Não, não é o enredo de nenhum novo "reality show" e não vai passar na TV, embora tenha tido tudo que é característico do gênero: gente se desentendendo, chorando, rindo, comendo, bebendo, vomitando, jogando, dançando, cantando, se entediando e mais alguns andos, endos, indos e ondos. Eu era um dos paulistas, o outro era meu filho de quase 3 anos de idade, por volta do último Ano Novo.


Eu não assistiria se passasse na TV. Aliás, não assistiria a nenhum "reality show". Tenho repugnância pelo gênero. Até mesmo a realidade de verdade, às vezes, não é nada digesta. Imagine: 500 deputados confinados em uma assembléia ou câmara durante cinco dias, ou 40 passageiros de ônibus em um congestionamento na Radial Leste, numa manhã de muita chuva, obrigados a conviver, uns com os outros, durante 4 horas. Quem iria assistir a isso? Algum demente. 


O BBB não deixa de ser um "peep show" transmitido em rede nacional e patrocinado por empresas de prestígio. É a oficialização da perversão. 


Ah, tá, o que é "peep show"? Assista ao filme "Paris, Texas". Consiste em pessoas (homens ou mulheres) se exibindo (fazendo strip tease ou alguma outra coisa indiscreta) em um recinto envidraçado para outras pessoas que não podem tocá-las nem serem vistas. Até outro dia, não era o tipo de ambiente ou atividade que se imaginava relacionado a nossas mães, tias ou avós. Era coisa para se fazer escondido, em ambientes escuros, cheios de cortinas e discrição. "Peep" quer dizer espreitar em inglês. Estabelecimentos comerciais com essa configuração tiveram seu momento nos EUA nos anos 80 do século passado. No Brasil, nem tanto. 


Até outro dia, você pegar binóculos e ficar bisbilhotando a vida das outras pessoas nas janelas dos apartamentos e casas ao redor, ou espreitar pelo buraco da fechadura do banheiro ou quarto de alguém, era um comportamento indecente. Com o BBB e congêneres, espiar alguém no banho ou dormindo ou tirando a roupa ou sei lá o que, virou assunto de alto nível em conversas de qualquer chá de senhoras religiosas.


O que esse tipo de programa fez pela civilização atual é claro: banalizou a baixaria. 


É como mendicância e pessoas sem-teto. Quando você vê um mendigo ou uma pessoa deitada na rua, você se compadece, enfia a mão no bolso, caça umas moedas, oferece ajuda, paga um "lanche", oferece um cobertor, chama as autoridades, indica um albergue, essas coisas. Quando você vê muitos mendigos, um depois do outro, ou muitas pessoas caídas pelo chão nas calçadas da cidade grande, você tem uma ou outra reação: ou evita, fechando as janelas do carro ou desviando, passando pela outra calçada, ou se acostuma, não os enxerga mais, como se simplesmente fizessem parte da paisagem, fossem coisa normal. De um modo ou de outro, o resultado é o mesmo: você fica imune pelo excesso, 


Da mesma forma, de tanto sermos inundados com baixarias na TV, vamos nos acostumando que isso é normal e aceitamos essa "reality". Tem gente que vicia. Muita coisa que não presta vicia. Tem gente que paga por um canal a cabo exclusivo, com 24 horas de intromissão nas atividades dos (forjados) "brothers e sisters". 


Eu tenho mais o que fazer.


Reconheço que o gênero já produziu algumas pérolas, como a Sabrina Sato, por exemplo (aí, até eu sou permeável), e talvez isso compensaria tudo. Mas, tenho quase certeza que a estrela dela teria brilhado de outra forma.
Começa mais um ano e rolam muitas profecias, há milênios, de que este é o último. Os maias deram a entender que depois de dezembro de 2012 não tem mais história. 


Os sumérios sabiam de todos os planetas no sistema solar e um extra, o planeta X (dez) ou, pelo nome que deram, Nibiru, que também tem uma órbita em volta do nosso sol, embora muito doida, e a cada 26 mil anos tira uma "fina" da Terra e muda tudo. Pelos cálculos, dizem que da última vez que o planeta errante passou por esses lados, desequilibrou a Terra de um tal modo que mudou o eixo de inclinação. Os pólos Norte e Sul antes, ficariam onde se conhece hoje por Triângulo das Bermudas e Triângulo do Dragão (ao sul do Japão), regiões e grande concentração magnéticas e com muitas histórias de desaparecimentos misteriosos de navios, aeronaves e seus tripulantes. De acordo com a interpretação das inscrições dos sumérios (povo que viveu perto de onde hoje é o Iraque), o Nibiru estará de volta este ano, antes do Natal. Os adeptos das teorias da conspiração dizem que ele já é visível no céu e que existe um retângulo preto e opaco no "Google Sky", onde todo o resto é cheio de estrelas, como se houvesse sido recortado ou censurado (pela NASA, dizem). 


Existem já filmes e vários documentários sobre o fim do mundo em 2012. Se isso realmente se confirmar, uma coisa é certa: o BBB12 é o último. Antes tarde. Será a resposta do cosmos. 



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