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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

RAYSSA E RAYANNE


Cerca de 1500 anos depois do Brasil ser descoberto pelos portugueses, finalmente o País descobre o mundo. Parecia maldição da letra do hino que rogava a praga "deitado eternamente em berço explêndido". Até que enfim acordou e ficou de pé. 

E o mundo olhou para cá. "Olha como eles têm água! Veja como eles têm floresta e fauna! Eles têm petróleo! Eles têm dinheiro! Estão emprestando para o FMI! O Brasil é o quinto maior CREDOR dos Estados Unidos! Eles compram carros! Compram computadores! São conectados! Vamos vender tudo para eles!"

Menos de 15 anos atrás, o mundo só sabia que o Brasil tinha futebol, carnaval, praias e mulatas de bunda grande, e olhe lá. Muita gente não sabia nem isso. Eu conversei com estrangeiros, fora do Brasil, no final dos anos 70 e 80, que nunca tinham ouvido falar do Brasil, nem sabiam onde o Brasil ficava no globo. 

Quem tinha alguma ideia do Brasil, imaginava isso aqui uma orgia a céu aberto, um bacanal eterno. Tanto é que a mãe de um amigo meu, uma senhora de uns 50 anos, foi atacada sexualmente dentro do elevador do Hotel Sheraton do Cairo, Egito, aonde viajou de férias nos anos 80 do século passado, ao simplesmente responder a pergunta de um homem local: "Brasileira?"

Em Brasília e em outros redutos políticos, não a céu aberto, mas entre quatro paredes, a orgia da corrupção ainda mancha muitos dedos, telefones, mesas, gavetas, automóveis, casas, maletas, contas bancárias e... cuecas. 

Corrupção. O Brasil também é famoso por isso. Hoje, já dá para se importar diretamente, pelo correio, produtos do mundo inteiro, contudo, algumas empresas e vendedores declaram explicitamente que o País ainda está excluso como destinatário. Culpa da nossa má fama de mercadorias extraviadas no passado. 

Passado? OK, diminuiu, mas outro dia vi no noticiário de TV que carteiros de Alagoas, se não me engano, abriam as correspondências e caixas, que deveriam entregar, e furtavam seus conteúdos. Médicos e enfermeiros, de algum lugar, vendiam os remédios que o hospital recebia de graça do governo. Policiais assaltavam caixas automáticas de dinheiro que deveriam proteger. Todo dia tem alguma coisa deste gênero no noticiário da sua cidade, do seu Estado, deste País.

Lá em Brasília e em outras repartições públicas, como prefeituras, câmaras de vereadores e até palácios de governos estaduais e suas secretarias de Estados diversos, a Polícia Federal anda levando multidões de corruptos para a cadeia. Mesmo que temporariamente, já serve. É lá de cima que vem o exemplo. Antes tarde do que mais tarde, alguém tem que mostrar para o nível da rua que fazer coisa errada não é a glória. Bandido não deve ser ídolo.

A presidente Dilma anda demitindo quem não presta ou quem ela não gosta, fazendo uma faxina geral e deixando a casa com o seu jeito. OK. Só tem que calibrar a rigidez ou não vai sobrar quase ninguém além do senador Eduardo Suplicy, aquele santo.


É bom mesmo ir arrumando a casa, botando essa mulherada pra trabalhar e espanar o pó. Em 2014 tem Copa e em 2016 tem Olimpíada. O universo inteiro vai vir pra cá. Falando inglês, espanhol, francês, alemão, japonês, italiano, marciano... 


Hollywood já entrou na nova onda e produziu a animação "Rio", criada, produzida e dirigida por um cineasta brasileiro, o carioca Carlos Saldanha, e a quinta edição da série de filmes "Velozes e Furiosos", com Vin Diesel (que faz aniversário no mesmo dia que eu) e Paul Walker, desta vez com ambientação nas cinematográficas favelas do Rio de Janeiro, as mesmas que abrigaram o Hulk, que trabalhava numa fábrica de refrigerantes. 


Por falar em bebidas, a Brahma e a Antárctica eram rivalíssimas, até cometerem o impensável e se unirem, depois se transferiram para a Bélgica e compraram a tradicionalíssima cervejaria Budwiser dos Estados Unidos. A Embraer abre fábrica na Flórida, para aproveitar a mão-de-obra de engenheiros desempregados da NASA


O Brasil se internacionaliza. Passou por mim, no trânsito de São Paulo, um carro com isto escrito no parabrisa traseiro: "Rayssa e Raynne". Provavelmente os nomes das filhas do motorista, possivelmente o Cleyvison ou Maiconn ou Janwelton. Nunca um Alberto ou Sebastião ou Crisóstomo.