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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Os carnavalescos batem um bolão

Eu moro perto da sede da Escola de Samba Vai-Vai, em São Paulo, perto o suficiente para me incomodar com os ensaios deles no início de cada ano. Não me considero um mau sujeito, mesmo sendo tanto doente da cabeça quanto do pé.

Também fico pê da vida quando uma rua, no meu trajeto diário, está bloqueada para as atividades dos sambistas, como se fossem donos da rua. 

O que realmente me aborrece é descobrir que a rua está fechada para acesso à Avenida 9 de Julho, já a poucos metros do fim, em frente à Vai-Vai, o que me obriga a fazer um retorno na contra-mão e voltar para o início da rua, perdendo um monte do meu tempo, que já é muito escasso, pois estou sempre no limite, na correria.

Mas, eles são competentes. Este ano, a Vai-Vai ganhou o prêmio de primeiro lugar no desfile das escolas de samba do primeiro time do Carnaval de São Paulo, que foi em março. 

Pois em abril, a rua toda já estava em plena atividade. Várias portas ao longo da rua abrigam oficinas diversas que prestam serviço à Vai-Vai. Eu pude ver gente esculpindo coisas em materiais diversos, fibra de vidro, resina, isopor, madeira. Em outra porta, vi um movimento intenso de carpintaria, pessoas montando cenários e pisos. De uma outra oficina, também na rua ao redor da sede da escola de samba, vinha o som e brilhos de faíscas de estruturas metálicas sendo soldadas. O maior agito.

Exato: já estão fazendo tudo de novo para o carnaval do ano que vem, com um ano de antecedência. Fazem isso todo ano. Tanto eles quanto todas as outras escolas de samba, de São Paulo, do Rio e de sei lá mais onde.

Aí eu vejo no noticiário que os estádios e os aeroportos, além de outras obras necessárias para o Brasil fazer bonito para o mundo na Copa de 2014, estão atrasadas. Algumas nem começaram. O Pelé acha que nós vamos passar vergonha. Eu também. Isso está me tirando o sono. 

A presidente Dilma chamou o competente Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e do Banco de Boston para coordenar tudo, para ver se a coisa anda. Que me perdoe o Henrique, que deve entender muito de Boston, mas a organização da Copa não está dando samba.

Então eu tive a ideia: por que não passar a bola para os carnavalescos? Chamem as escolas de samba! Eles parecem entender mais desse negócio de fazer as coisas com antecedência e fazem bem. O mundo inteiro elogia, nenhum turista volta decepcionado, o carnaval é um orgulho para o brasileiro.

Se a Dilma quiser, eu me ofereço para ir lá na Vai-Vai, por exemplo, e levar um papo com eles, não me custa nada. Se eles toparem, eu vou ficar mais tranquilo. Tenho certeza que o Pelé também. Aí a coisa sai.

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